5 Desafios do RH na Era da Colaboração

5 Desafios do RH na Era da Colaboração

Não é Tecnologia que importa, é Gente! O olhar do RH nunca foi tão importante

Como você, profissional de RH, avaliaria o espaço que possui na sua organização para contribuir com a modernização dos modelos de gestão? Suas competências e conhecimento são aproveitados como deveria? Gostaria de compartilhar um momento que vivenciei e traz à tona essa questão.

Recentemente em uma defesa de proposta de tema de trabalho final de um curso de Big Data Estratégico, uma gerente de RH era parte da banca. O tema era colaboração e achávamos que algo faltava no conteúdo apresentado. Então ela disparou: “Definam engajamento!” e complementou a análise.  Ali estava o olhar do RH sendo certeiro e provocou um aprofundamento em aspectos psicológicos do tema que foram essenciais para o trabalho.

Cito abaixo 5 casos em que o RH precisa adicionar seu olhar nos desafios atuais das organizações.

CASO 1: Novo Modelo de Trabalho

Caminhamos para um ambiente de trabalho bem diferente do que temos hoje. Marcado pela substituição do gestor que controla e supervisiona para outro que inspira e que conecta as pessoas e áreas. Onde a diversidade é promovida, há trabalho remoto e equipes distribuídas geograficamente. Atividades rotineiras serão muito reduzidas. O aprendizado é contínuo e ocorre em cada experiência trocada e não mais em treinamentos pontuais. Pessoas estão no centro dessas mudanças e os métodos de hoje não serão mais efetivos no novo ambiente.

O que fazer? Para lidar com tudo isso, procure introduzir conceitos como os de práticas ágeis ou de design thinking que possuem abordagens simples capazes de amadurecer as equipes e trabalhar relações. Promova novas formas de aprendizado incentivando cursos MOOC (massive open online courses) e livestreams, experimente programas de nanodegree (Udacity) e acima de tudo promova a colaboração para permitir a troca entre os profissionais.

CASO 2: Inovação

Com a complexidade atual dos produtos e serviços, é necessária uma multidisciplinaridade das equipes para conceber e colocar no mercado algo inovador. A colaboração entre os profissionais, equipes ou até entre organizações é fator chave para gerar inovação na velocidade que o mercado demanda.

Qual o papel do RH nesse cenário? A colaboração vem com o engajamento. Para isso o importante é promover a motivação intrínseca: a autonomia, a competência e a identidade com o propósito da organização. O RH, ao ajudar as lideranças a trabalharem esses habilitadores da motivação, fará a diferença para estabelecer uma colaboração genuína e produtiva além de um clima de confiança.

CASO 3: Encontro de Gerações

A geração Y cada vez mais faz parte da força de trabalho e atua junto com a geração X. São nativos digitais com muita iniciativa que esperam feedback constante e rápido, que questionam e buscam um propósito em seu trabalho.  A geração X por sua vez aceita mais a hierarquia e é muito orientada a resultados.

Qual a dica para esse encontro de gerações? É provocar o contato pessoal dessas gerações, trabalhar o estilo de liderança da geração X para que busque uma troca de sua experiência com a capacidade de questionar e a competência digital da geração Y, promoverá um conflito com resultados positivos. Na comunicação digital, soluções que viabilizam uma comunicação mais horizontal, ajudam a reduzir aspectos de hierarquia que muitas vezes provocam distanciamentos.

CASO 4: Cultura Organizacional

De uma forma geral, estamos falando de criar uma cultura colaborativa. Caracterizando cultura de uma organização como os Comportamentos, Processos e Símbolos que ela possui, é importante o RH ajudar a promover esses aspectos na perspectiva do engajamento.

Como aplicar? Um exemplo de símbolo são os quadros de gestão à vista das atividades da equipe e um exemplo de processo, os ritos de acompanhamento das atividades do quadro. Essa prática, além de valorizar a transparência, acabará por promover um comportamento de negociação de demandas e atitudes proativas e irá gerar também uma relação de confiança que é fundamental para o engajamento.

Pode-se, então, seguir identificando e priorizando adoção de processos que promovam comportamentos associados à motivação intrínseca e ajudando a transformar a cultura nesses aspectos.

CASO 5: Soluções de Tecnologia

Hoje a quantidade de dados disponíveis sobre nossos comportamentos é muito grande. É possível utilizar esses dados não apenas para avaliar o comportamento passado, mas também o futuro. O RH no Brasil ainda usa pouco esse potencial. Na maior parte é para ações de curto prazo como atuar no turnover, por exemplo.

Há no mercado soluções que suportam, por exemplo, processos de contratação e retenção de talentos se baseando em dados e gamificação.  Além dessas, há soluções de gestão do trabalho colaborativo que promovem a transparência, a comunicação mais horizontal e a interação rápida dos profissionais atuando diretamente na produtividade e na cultura organizacional. O RH precisa estar aberto a experimentar e inserir soluções assim em sua organização, pois o talento que captar no mercado espera por recursos compatíveis com sua dinâmica de trabalho.

Como aproveitar esse momento? Fará toda diferença o RH automatizar trabalhos rotineiros, assumir seu papel de protagonista na transformação das organizações e passar a atuar, antes mesmo que as demais áreas, no novo modelo de trabalho.  Assim como o grupo de trabalho da pós-graduação e os demais integrantes da banca admiraram o olhar da gerente de RH, as empresas querem (e precisam) desse mesmo olhar.

Jesuíno Lopes

 

* Post originalmente publicado no MundoRH.

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